Vítimas serem jovens é ponto a favor da recuperação, diz médico




Brasília - O fato de as vítimas do incêndio da Boate Kiss, em Santa
Maria (RS), que estão internadas serem jovens é um ponto a favor da
recuperação. É o que explica o médico José Mário Teles, presidente da
Associação de Medicina Intensiva Brasileira. Apesar de não poder dizer
que eles estão fora de perigo, o médico diz que se eles tiverem todo o
tratamento necessário, têm boas chances de melhora.



Teles diz que muitos dos pacientes em estado grave não apresentam
queimaduras no corpo. “Eles não têm área queimada, tiveram lesão pela
fumaça quente, ou seja, têm um fator de risco para o aumento de
mortalidade, que é a lesão inalatória. Recebendo tratamento adequado
eles têm uma chance muito grande de se recuperar”, diz Teles,
acrescentando que os quadros mais frequentes são de insuficiência
respiratória, mal funcionamento dos pulmões por queimadura e inchaço.





O especialista diz que o Rio Grande do Sul é um dos três estados com
maior qualificação, capacitação e melhor formação de profissionais de
unidades de tratamento intensivo (UTI), é também um dos estados que mais
têm leitos de UTI, e assim, tem suportado a demanda causada pelo
incêndio.





Apesar disso, Teles alerta que o Brasil não está preparado para o
atendimento repentino de muitas vítimas. “Eu acho que não existe no
Brasil uma cultura de planejamento de atendimento de muitas vítimas, com
mais de 15, 20 pessoas, porque a maioria dos hospitais, seja na rede
pública seja na privada, já têm sua capacidade ultrapassada”. Ele
acrescenta que é necessário que qualquer hospital esteja preparado para
receber repentinamente uma grande quantidade de pacientes, como de
acidentes de ônibus ou desmoronamentos.





Para Teles é importante ter planejamento para o atendimento de
múltiplas vitimas, saber como aumentar em algumas horas a capacidade de
atendimento de doentes graves, como preparar os hospitais, as unidades
de terapia intensiva, como proceder a triagem das vítimas e alocar os
recursos disponíveis. O médico ressalta que, com a chegada de grandes
eventos ao país, como a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016, é
imprescindível o treinamento dos profissionais para acidentes de grandes
proporções.










Aline Leal
Repórter da Agência Brasil


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