Comentando discursos de colegas nesta quarta-feira (20), por
ocasião dos 33 anos de fundação do PT e dez anos no comando do governo
federal, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) disse que não vê muita
diferença entre o partido e o PSDB.
Segundo Cristovam, embora existam diferenças de estilos e de
prioridades entre PT e PSDB, não há uma diferença de conceito sobre o
país. Em sua análise, os quatro últimos governos – Itamar, Fernando
Henrique, Lula e Dilma – compartilham quatro pilares: democracia,
estabilidade monetária, transferência de renda e crescimento econômico.
O problema, observou o senador, é que esses pilares estão
“enferrujados”. Cristovam apontou ameaças à democracia, como a questão
do financiamento de campanha e o “caos partidário”, e à estabilidade
monetária, como a volta da inflação.
Em relação aos programas de transferência de renda, Cristovam
criticou a inexistência de uma porta de saída, citando como exemplo o
Bolsa-Escola, levado em nível nacional no governo Fernando Henrique.
- Nós temos uma segunda geração beneficiada pelo programa
Bolsa-Escola, o que representa um fracasso do programa, embora um bom
gesto do ponto de vista de generosidade. As estatísticas comemoram o
aumento das famílias que recebem o auxílio do Bolsa-Escola, mas
precisamos ter um dia em que o governo comemore a possibilidade de
reduzir o número de famílias que precisam do auxílio – argumentou.
O parlamentar apontou ainda a adoção, pelos últimos quatro governos, de um mesmo modelo econômico, baseado em commodities,
na indústria metal-mecânica, na depredação do meio ambiente e na
concentração dos lucros. Ele afirmou que esse modelo não propicia
distribuição de renda, o que seria comprovado pela necessidade de
manutenção dos programas sociais.
Cristovam cobrou dos dois partidos a apresentação de propostas para lidar com as questões levantadas.
- Lamento que a gente não tenha tido o debate, porque eu estava muito
curioso, de saber qual é a diferença, hoje, de proposta para o futuro
do Brasil entre o PSDB e o PT... – disse o senador, sugerindo a busca de
uma forma regimental de realizar um amplo debate sobre o tema no
Plenário.
Em aparte, o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) apoiou a sugestão
de Cristovam e afirmou que, assim como o colega, vê mais semelhanças do
que diferenças nos programas executados pelo PT e pelo PSDB.
Agência Senado
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