Discurso de Aécio Neves divide opiniões em Plenário









O pronunciamento do senador Aécio Neves (PSDB-MG) com críticas aos
dez anos do Partido dos Trabalhadores à frente da Presidência da
República provocou reações de apoio e de contestação em Plenário nesta
quarta-feira (20). Em aparte, o senador Lindbergh Farias (PT-RJ),
defendeu o governo petista, ressaltando suas ações pelo fim da pobreza
no país, e provocou Aécio por não ter usado as palavras “povo”,
“emprego”, “miséria” ou “inclusão social” em seu discurso.



Lindbergh afirmou que o governo federal tem “números fabulosos” para
mostrar como a inclusão de mais de 40 milhões de brasileiros na classe
media, a redução em 14% da desigualdade social no país ou a redução do
índice de desemprego que foi de apenas 4,6% em dezembro.



- Infelizmente, nenhum desses assuntos foi tocado por Vossa
Excelência. E a presidente Dilma está lutando para melhorar a nossa
produtividade, a competitividade da nossa indústria – afirmou, acusando
os tucanos de, em duas ocasiões, terem atuado contra essa melhoria: em
2011, quando o Banco Central começou a baixar as taxas de juros, e em
2012, quando o governo reduziu os preços das tarifas de energia. Em
ambos os casos, o PSDB teria sido contrário às ações da presidente.



Em defesa do discurso de Aécio, manifestaram-se em Plenário os
senadores Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) e Aloysio Nunes (PSDB-SP). Cássio
rebateu as afirmações de Lindbergh garantindo que o PSDB votou
favoravelmente à MP da Energia Elétrica (MP 579/2012),
mas com ressalvas à proposta. O senador tucano também acusou Lindbergh
de não ter ouvido o pronunciamento de Aécio, pois ele teria falado de
povo, ao citar, por exemplo, a questão da seca do Nordeste, que atinge
milhares de nordestinos que até agora não contaram com ajuda do governo
federal.



Aloysio Nunes também reforçou a presença do “povo” no pronunciamento de Aécio: seja na citação do flagelo do crack,
da volta da inflação, da seca do Nordeste, do PIB minúsculos, dos
escândalos de corrupção que afrontam a consciência do povo trabalhador.
Aloysio acrescentou ainda que o discurso de Aécio não foi um manifesto
eleitoral, mas, sim, uma “dissecção” dos dez anos do PT à frente da
Presidência da República.



Autocrítica



Logo depois do pronunciamento, Aécio Neves esclareceu, em entrevista
coletiva, que seu discurso não representou uma mudança da postura do
PSDB diante do governo, mas a necessidade de discutir os grandes temas
de interesse da nação e mostrar a realidade sob o “Brasil virtual” que o
PT, em sua avaliação, tem apresentado. O senador ressaltou que tem
faltado “generosidade” ao PT para reconhecer que os avanços sociais dos
governos Lula e Dilma se apoiam em contribuições de administrações
anteriores:



- O PT apresenta hoje ao Brasil uma cartilha que remonta ao século
passado, querendo rachar o país entre “nós” e “eles”. É hora de o PT
fazer autocrítica, reconhecer os equívocos no campo ético, os
gravíssimos equívocos no campo administrativo, os problemas sérios que
estamos vivendo e vamos viver do ponto de vista econômico – ponderou.







Agência Senado

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